Endividamento total do brasileiro compromete 43,7% da sua renda
Em fevereiro, 21,7% da renda disponível dos brasileiros estava comprometida com dívidas com o setor financeiro. No mesmo mês do ano passado, o índice era de 22,36%. Ante janeiro de 2013 (21,62%) houve alta. O recorde da série, elaborada pelo Banco Central (BC), para comprometimento da renda é de 22,98%, de janeiro de 2012.
Com relação ao endividamento total, houve alta na comparação com fevereiro de 2012, de 42,20% para 43,75%. Em janeiro, esse índice estava em 43,57%. O recorde do BC para esta série é 43,78%, em 2011, portanto, apenas 0,03 ponto percentual acima do registrado em fevereiro deste ano.
Para a economista Beatriz David, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o modelo baseado no endividamento apresenta sinais cada vez maiores de esgotamento.
"A relativa estabilidade do endividamento dos brasileiros com bancos - maior parte no cartão de crédito - tem perdido força por causa do aumento de preços e do próprio comprometimento da renda. Essa estratégia só é válida no curto prazo e se torna arriscada quando não vem acompanhada de aumento da produtividade", analisa.
Beatriz observa que os bancos estão desenvolvendo estratégias de segmentação do mercado, seguindo a regra de quem ganha menos paga juros mais altos:
"Os bancos procuram manter sua lucratividade, daí a segmentação", salienta a professora da Uerj.
Ela observa também que programas como Aluguel Social e Minha Casa, Minha Vida acabaram por determinar o piso e não um teto para o valor dos imóveis, contribuindo para a excessiva valorização verificada atualmente.
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