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sábado, 19 de março de 2011

Com juros do cheque especial nas alturas, consumidores devem ficar atentos

No mês passado, a taxa chegou a 188% ao ano — a maior dos últimos 12 anos; economista tem algumas dicas para os consumidores

Da Redação do pe360graus.com Sexta - 26/08/11 19h30

O consumidor deve ficar atento às promoções do comércio para não gastar além da conta e entrar no cheque especial. É que os juros desse tipo de empréstimo feito pelos bancos estão nas alturas. Em julho, a taxa chegou a 188% ao ano — a maior dos últimos 12 anos.

No comércio, as tentações estão em todas as vitrines. As lojas começaram nesta sexta (26), nos shoppings e no Centro do Recife, um período de dez dias de liquidação. Com tanta oferta assim, é preciso tomar cuidado para não gastar além do que pode pagar.


Os clientes ainda têm como comprar nos cartões de débito ou crédito, neste caso, parcelando em várias vezes. Diante de tanta facilidade, é o consumidor que precisa prestar atenção para não entrar no cheque especial e ficar no vermelho.

“Você tem que se programar durante pelo menos um ano o que você vai precisar fazer no ano seguinte porque aí você não precisa entrar no cheque especial”, diz o vendedor Mário Duarte. “Eu costumo usar no limite mesmo para evitar esses juros abusivos”, conta a auxiliar administrativa Ailma de Lima.

Mas nem sempre é assim. A funcionária pública Maria Auxiliadora Bione adora comprar roupas. E admite que, às vezes, exagera um pouco. Aí, não tem jeito.

“O banco em que eu tenho conta tem uma facilidade: oferece 10 dias sem juros. Então, às vezes, a gente precisa pagar uma conta, o salário não entrou ainda, então a gente faz essa jogada. A gente usa e depois cobre nesses dez dias. Já passei [desse prazo] várias vezes, mas hoje me controlo”, afirma a funcionária pública Maria Auxiliadora Bione.

Mas alguns consumidores não têm tanto controle e acabam comprando mais do que deviam, entrando assim no cheque especial. Um mau sinal de a gente lembrar que os juros estão entre os mais altos do mercado. Nesta quarta-feira, o Banco Central informou que, em julho, a taxa de juros cobrada pelo uso do cheque especial chegou a 188% ao ano. Em relação a junho, o aumento foi de 3,3 pontos percentuais. A taxa de julho foi a maior desde abril de 1999, quando ficou em 193,65% ao ano.

O economista José Alexandre Ferreira Filho lembra que os juros do cheque especial só perdem para os juros dos cartões de crédito. Ele diz que todos devemos  fazer de tudo para não usar o cheque especial. Quando for inevitável, o importante é renegociar logo a dívida.

“A melhor forma é procurar uma taxa alternativa mais baixa. O empréstimo consignado, por exemplo, que tem uma taxa de 28% em média. Em relação aos 188%, que, hoje em dia, é a taxa mais alta do mercado, exceto para o cartão de crédito quando não se paga a fatura integral, é uma forma bem melhor: sairia do cheque especial e não ficaria pagando juros, que, na realidade, são altíssimos, impensáveis para padrões de outros países”, afirma o economista.

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